Lembro que quando era pequeno tinha mania de jogar a cabeça
pro lado ou ainda de dar bananeira quando eu procurava alguma coisa e não a
encontrava, eu olhava em lugares ilógicos como, por exemplo, encontrar o
controle remoto dentro geladeira.
É engraçado relembrar isso, pois é um hábito que se manteve
de forma discreta. Há pouco tempo percebi que mantinha esse jeito de ser, pois
acharam engraçado eu jogar minha cabeça pro lado e olhar pra frente como se
estivesse dando um zoom nos olhos. Era como se eu virasse um pinball de lado
para a bolinha se desprender.
Em todo o caso esses pequenos hábitos loucos e já
imperceptíveis para mim me fizeram entender que não existe uma busca por algo
externo a você mesmo. É engraçado contradizer a ideia normativa de se ter um
relacionamento, mas é real.
Não quero alguém que me complete, pois a metade de mim sou
eu inteiro, sou e existo independente de outro ser humano, o irônico é que
justamente essa percepção, que torna interessante estar com outro ser humano.
Não se procura uma metade, vive-se com um inteiro.
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