Maria tinha seus vinte e tantos anos, ela era esperta,
descolada e andava livre pela rua. Seus óculos escuros lhe davam um ar
descompromissada, quase que coloquial. Caminhava pela feira de artesanato em um
domingo ensolarado.
Seu corpo com algumas tatuagens, vestia um shorts curto
ao melhor estilo, foda-se você. Maria procurava algo entre as barracas, queria
um presente, mas não tinha muito dinheiro para comprar, gastará boa parte com
álcool e comida.
Ela era fotografa e tinha os olhos acostumados a uma beleza
grega, púbere, embora o que gostasse mesmo era um corpo marcado, colorido e
confortável. Queria o diferente e com isso era indiferente às investidas de
seus ou suas modelos. Maria era bonita
em seu jeito, charmosa e um pouco tímida para começar uma conversa, mas se
soltava fácil, isso era verdade.
Outra coisa importante a se dizer sobre Maria é que ela era
virgem não praticante e, além disso, acreditava em sexo no primeiro encontro.
Afinal gozar a vida era preciso e algumas pessoas simplesmente não voltam.
Mas voltando a feira de artesanato, lá estava Maria,
caminhando quando viu um ciclista pedalando em sua direção. Estranhou e pensou se
de fato era na direção dela que o ciclista corria, sim era. Teve medo de ser
atropela, mas no mesmo momento viu quem pedalava, era um homem lindo, seu tipo,
seu número.
O ciclista se aproximava em zoom e a cada quadro Maria o
desejava mais, penso em sair da frente para não ser atropelada, mas sua única
reação foi abrir as pernas. Ele freou ali, com as rodas entre suas pernas e a
cabeça inclinada para a sua boca, ele sorrio.
Maria, a esperta e
a descolada que andava livre pela rua, pensou que talvez fosse uma boa hora para
tirar o Santo Antônio do copo d’água.
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