No
meio de um intenso labirinto feito de folhas verdes existe uma casa. Uma casa
serena, cálida e calma. Ali dentro afastada de tudo e de todos, só é possível
chegar após muito esforço.
Dentro
da casa quem diria. Uma lareira e mensagens de boas vindas era acolhedor afinal
aquele casebre antigo. Uma paisagem oposta aos espinhos e venenos postos do
lado de fora, ao longo do labirinto. Nas paredes da casa quadros pintados e
pregos ainda vazios. Uma música boa tocava ao fundo e em cima da mesa uma taça
de vinho do porto para expressar o gosto do sujeito oculto.
Eram
três quartos ao longo do corredor que se encontrava no final da sala, no
primeiro brinquedos antigos, puídos, uns de madeira e outros de pano. Alguns
estavam manjados do tempo, o tempo sempre deixa suas marcas pintadas em tom
sépia. No segundo quarto uma cama apenas, o resto vazio, era larga de lençol
branco e macio, ninho intacto e sem janelas, coisa essa que ainda precisava ser
construída. No terceiro quarto uma alegria invadia, eram balões e confetes que
minavam das mãos de pessoas sem faces.
A
casa todo cheirava a chá com biscoitos, não era nem quente nem fria, era na
medida certa confortável e aberta para o vento tocar por carinho levemente a
pele. Era como um abraço de saudades após anos de distância ou o primeiro beijo
de enamorados que soltam faíscas.
Não
era lá uma casa muito engraçada, mas era tênue, leve e amada.
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