A
luz azul que entra pela janela sobe pelos seus calcanhares iluminando suas
costas nuas. No seu rosto resta a penumbra azulada que não te incomoda o sono.
Entre
as rápidas dedilhados no teclado procuro te desenhar em letras que te comportem
a margem. Rabisco, risco e apago esse rascunho de situação impensada.
Fotografo-te nas minhas sentenças loucas e te transformo em devaneio leve, em
sonho que encanta os olhos.
Piano
e voz ao fundo, a guitarra jogada no quarto e você ai deitado permitindo meu dibujo textual, sem ao
menos perceber que te dispo a cada palavra.
Seu
colo branco me recebendo vivo, seu silêncio mudo a me olhar nos olhos, copos
espalhados e o cinzeiro cheio. Visto-me sem fazer barulho e saiu te deixando
seu rascunho pendurado.